Sempre fui uma pessoa muito tímida e com dificuldades de comunicação, afinal era uma criança magricela e cabeçuda que sentia vergonha da própria aparência. Meus irmãos participavam de um movimento pastoral e em um encontro deles que falavam sobre os excluídos no dia da Independência. Eles precisavam de uma criança que fosse muito magra e feia para representar a fome e tandan, eis que surge a minha pessoa. Colocaram-me uma roupa bem esfarrapada e me deram um cartaz (não me lembro o que estava escrito, mas acho que era algo do tipo que sentissem pena de mim) para segurar. Lembro que no final do encontro as pessoas me elogiavam dizendo: “ Nossa eu vi a fome em você”. Também magrelo daquele jeito como não veriam.
Foi a partir dessa experiência entre o meu ridículo e o publico que surgiu a paixão pela cena, depois disso sempre estava envolvido com teatro. Na escola, ainda no ensino fundamental, liderava um pequeno grupo que criava “peças” de teatro para a professora de história como ‘Guerra de Canudos” por exemplo, que foi um sucesso e apresentamos em todos os turnos e até para os formandos( para nós era uma vitória, tínhamos apenas 12 anos).
Por causa dessas peças conheci pessoas que faziam teatro e me enturmei com elas, aos 13 anos entrei para o grupo Liberarte onde montávamos sempre espetáculos com temática social, onde eu escrevia alguns textos em processo colaborativo. Com o grupo Liberarte montamos dois espetáculos que foram muito importantes: “O Grito Não Ouvido” e “O Natal dos Pobres”. Que tiveram uma recepção muito boa do publico.
Com 16 anos fui convidado a liderar junto com um amigo, um projeto de artes cênicas com jovens e adolescentes carentes em Planaltina de Goiás onde montamos também “ O Natal dos Pobres”.
Em 2007, em conjunto com Harley, um companheiro das “artes” criamos uma C&A que posteriormente viria a se chamar C&A Não Sei Só Sei Que Foi Assim, montamos algumas esquetes e em abril de 2010 estreiamos “Retalhos” texto de Harley Moura construído em processo colaborativo.
Também em 2010 entrei para a FADM para cursar artes cênicas, foi onde conheci Ronaldo que posteriormente me convidaria para participar do ICAMBALACHO na c&a de outros atores tão bons como os colegas mencionados aqui no BLOG. Chega de falatório, mas é isso sou apaixonado pela capacidade de mudança que o teatro possui e apaixonado pelo viver em grupo.
